sexta-feira, 3 de março de 2023

O grande P sul unido!

Estudantes, 

Façam a leitura do texto abaixo e selecione o trecho que fala de quem você conhece na comunidade local.

O Grande PSul Unido

 

“Bem melhor que mudar do PSul

é mudar o PSul pra melhor

Verdadeiro postal cidadão

povo ordeiro, maestral união”.

(Banda PURO SOM, “O Hino do PSul”)

           

Com tantas conquistas, personalidades e histórias peculiares, é difícil apontar no DF “uma comunidade mais bairrista que a do PSul”. Pois foi justamente no seu barro, digo, subsolo, que arqueólogos do IPHAN “acharam” os vestígios (líticos) dos primeiros habitantes não só de Brasília, mas de todo o Planalto Central (o que o proto-historiador candango Paulo Bertran chamaria de o “berço do homem cerratense”). O curioso é que foi justo nesta área que o GDF achou de instalar uma Usina de Incineração de Lixo Excepcional (a famigerada & poluente U.I.L.E.), o que nos remete obrigatoriamente àquela música do “poeta do rock candango” RENATO RUSSO que “há tempos” já profetizava: “vamos jogar de volta o lixo em cima de vocês".

            Mas nem só de pré-história vive o PSul, pois foi mirando no exemplo democrático lá de Atenas que a Prefeitura Comunitária resolveu inovar, realizando em 2004 as “primeiras eleições diretas e facultativas para vereador comunitário voluntário” da história de Brasília. Isto ocorreu porque a sua comunidade é conhecida pelo elevado grau de consciência política e mobilização social em prol de melhorias e equipamentos comunitários, tradição que vem desde os primórdios da União & Luta.

            A sua história setorial propriamente dita está inserida no contexto da “política habitacional da Ditadura Militar”, que tinha toda a zona Oeste de Brasília como um natural e escondido “desaguadouro de invasões que se instalassem próximas aos palácios de Niemeyer”. E assim com a remoção da Vila Sarah Kubitschek que originou as QNA de Taguatinga em 1958, seguindo-se com a remoção da Vila IAPI para as QNM de Ceilândia em 1971; até a formação de uma QNP literalmente “rachada” pelas erosões, segregando a parte Norte (quadras ímpares) da parte Sul (quadras pares) na virada dos anos 70 pros 80.

            O PSul foi entregue oficialmente a partir da segunda quinzena de setembro de 1979, quando houve a distribuição das primeiras casas (sendo que os seus 12.017 lotes residenciais já estavam construídos há um ano), mas que devido à drenagem das erosões, só nesta data é que foram entregues pela SHIS. O setor é composto de 14 quadras residenciais “pares” (QNP 10 a 36), sendo que sua habitação teve início pelas QNP 18 e 20; depois houve a entrega das “casas complementares” (de cintas e lajes pré-moldadas), financiadas pela Caixa Econômica Federal nas QNP 10, 12 e 36; enquanto que em 1989 foi feito o assentamento dos 932 lotes nas QNP 22 e 24. Além das creches conveniadas, existem 19 escolas públicas (o CEI 01, o CEE 01; as EC 43, 45, 46, 47, 48, 50, 52 e 57; os CEF 13, 14, 18 e 33; o CED 06 e o CEM 10 (desativado), além do CAIC Bernardo Sayão, da EC 59 Nova Guariroba 10 (desativada), e do CEF 32 Pôr do Sol).

Pelos números do último Censo da CODEPLAN a população do PSul era de 61.612 habitantes, para uma população geral da Ceilândia de 343.694. Todavia, se forem consideradas as comunidades adjacentes do chamado Grande PSul Unido – que engloba ao setor original de 1979 as Casinhas da 40 (QNN 36 a 40), o Pró-DF, o Condomínio Pôr do Sol e a Quadra 100 do Sol Nascente - sua população hoje ultrapassa os 100 mil habitantes.

Os Achados Líticos do arqueólogo Eurico Miller (sob a guarda do IPHAN) podem ser considerados os “primeiros documentos da (pré)história local”. O seu aniversário é tradicionalmente “comemorado” nas festividades da Chegada da Primavera, uma vez que sua data de fundação é setembro de 1979.

 

LIVRO: “A Ceilândia Hoje” Emanuel Lima & Manoel Jevan, Ed. Artletras – DF, 2007.


O grande P sul unido!

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