Estudantes,
Façam a leitura do texto abaixo e selecione o trecho que fala de quem você conhece na comunidade local.
O Grande PSul Unido
“Bem melhor que mudar do PSul
é mudar o PSul pra melhor
Verdadeiro
postal cidadão
povo ordeiro,
maestral união”.
(Banda
PURO SOM, “O Hino do PSul”)
Com tantas conquistas,
personalidades e histórias peculiares, é difícil apontar no DF “uma comunidade
mais bairrista que a do PSul”. Pois foi justamente no seu
barro, digo, subsolo, que arqueólogos do IPHAN “acharam” os vestígios (líticos)
dos primeiros habitantes não só de Brasília, mas de todo o Planalto Central (o
que o proto-historiador candango Paulo Bertran chamaria de o “berço do homem
cerratense”). O curioso é que foi justo nesta área que o GDF achou de instalar
uma Usina de Incineração de Lixo Excepcional (a famigerada & poluente U.I.L.E.),
o que nos remete obrigatoriamente àquela música do “poeta do rock candango”
RENATO RUSSO que “há tempos” já profetizava: “vamos jogar de volta o lixo
em cima de vocês".
Mas
nem só de pré-história vive o PSul, pois foi mirando no exemplo
democrático lá de Atenas que a Prefeitura Comunitária resolveu inovar,
realizando em 2004 as “primeiras eleições diretas e facultativas para vereador comunitário
voluntário” da história de Brasília. Isto ocorreu porque a sua comunidade é
conhecida pelo elevado grau de consciência política e mobilização social em prol
de melhorias e equipamentos comunitários, tradição que vem desde os primórdios
da União & Luta.
A sua
história setorial propriamente dita está inserida no contexto da “política
habitacional da Ditadura Militar”, que tinha toda a zona Oeste de Brasília como
um natural e escondido “desaguadouro de invasões que se instalassem próximas
aos palácios de Niemeyer”. E assim com a remoção da Vila Sarah Kubitschek que originou
as QNA de Taguatinga em 1958, seguindo-se com a remoção da Vila IAPI para as
QNM de Ceilândia em 1971; até a formação de uma QNP literalmente “rachada” pelas
erosões, segregando a parte Norte (quadras ímpares) da parte Sul (quadras pares)
na virada dos anos 70 pros 80.
O PSul
foi entregue oficialmente a partir da segunda quinzena de setembro de 1979,
quando houve a distribuição das primeiras casas (sendo que os seus 12.017 lotes
residenciais já estavam construídos há um ano), mas que devido à drenagem das
erosões, só nesta data é que foram entregues pela SHIS. O setor é composto de
14 quadras residenciais “pares” (QNP 10 a
36), sendo que sua habitação teve início pelas QNP 18 e 20; depois houve a
entrega das “casas complementares” (de cintas e lajes pré-moldadas),
financiadas pela Caixa Econômica Federal nas QNP 10, 12 e 36; enquanto que em 1989
foi feito o assentamento dos 932 lotes nas QNP 22 e 24. Além das creches
conveniadas, existem 19 escolas públicas (o CEI 01, o CEE 01; as EC 43, 45, 46,
47, 48, 50, 52 e 57; os CEF 13, 14, 18 e 33; o CED 06 e o CEM 10 (desativado),
além do CAIC Bernardo Sayão, da EC 59 Nova Guariroba 10 (desativada), e do CEF 32
Pôr do Sol).
Pelos
números do último Censo da CODEPLAN a população do PSul era de 61.612 habitantes, para uma população geral da
Ceilândia de 343.694. Todavia, se forem consideradas as comunidades adjacentes
do chamado Grande PSul Unido – que engloba ao setor original de 1979 as Casinhas da 40 (QNN 36 a 40), o Pró-DF, o Condomínio Pôr do Sol e a Quadra
100 do Sol Nascente - sua população hoje ultrapassa os 100 mil habitantes.
Os Achados
Líticos do arqueólogo Eurico Miller (sob a guarda do IPHAN) podem ser
considerados os “primeiros documentos da (pré)história local”. O seu
aniversário é tradicionalmente “comemorado” nas festividades da Chegada da Primavera, uma vez que sua
data de fundação é setembro de 1979.
LIVRO: “A Ceilândia Hoje” Emanuel Lima & Manoel Jevan, Ed. Artletras – DF, 2007.
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